Falar em felicidade é falar em situação de bem-estar e satisfação. Na vida pessoal cabe a cada um decidir aquilo que o faz sentir mais próximo deste sentimento de felicidade tão desejado – e as empresas pouco podem fazer por isso. Ou será que podem?
Quer queiramos quer não, é impossível desassociar a vida pessoal da profissional. E, no que toca à vida profissional, as empresas têm um papel de extrema importância para que esta seja uma experiência positiva. Ao contribuir para a felicidade dos seus colaboradores, as empresas vão acabar por contribuir para a felicidade da pessoa na sua totalidade. A ausência de sintomas de stress, ansiedade e pressão profissional e a preocupação com o bem-estar, satisfação e saúde das empresas torna os colaboradores mais felizes no campo profissional e, por consequência, na vida pessoal.
Conversámos com João Miguel Rodrigues, membro do Board Executivo e People & Culture Director da Aubay Portugal, e ficámos inspirados com as suas palavras e estratégias pela felicidade dos colaboradores, que partilhamos abaixo.
A Aubay foi a primeira empresa a criar a função de Happiness Manager em Portugal. Qual a importância de ter colaboradores felizes e que impacto tem na produtividade da empresa?
Na Aubay acreditamos que o bem-estar dos colaboradores é essencial para a produtividade, individual e organizacional. A felicidade e bem-estar são hoje temas para os quais os gestores se sentem mais atentos e abertos a refletir. A dificuldade em atrair e reter talento tem obrigado as empresas a repensarem as suas estratégias de gestão de talento, tendo este fenómeno um impacto direto na produtividade das empresas.
Nesse sentido, a felicidade e bem-estar dos colaboradores está hoje, mais do que nunca, associada às tomadas de decisão de carreira, pelo que, uma pessoa que não se sinta feliz na sua condição profissional, não só não será tão produtivo como desejável, como certamente estará em vias de se demitir, trazendo problemas e custos acrescidos à empresa onde atua.
Esta relação direta é evidente e cabe às empresas apostar de forma pensada e constante no bem-estar dos seus colaboradores, tentando contribuir positivamente para a sua felicidade. Ouvir as pessoas e perceber as suas motivações e expectativas é essencial para que essa aposta possa ser eficaz e haja retorno do investimento.
Na Aubay, de facto há muito que a aposta no bem-estar e felicidade das pessoas é evidente, tendo sido anos mais tarde materializada com a criação da função de Happiness Manager. Esta aposta está intimamente ligada à nossa cultura organizacional, mais do que com o foco na produtividade ou na tentativa de seguir uma “moda”, sinto que ajudamos a criar uma tendência de mudança. Tratando das nossas pessoas, as pessoas vão tratar do nosso negócio, parece cliché, mas é uma verdade empresarial.
A produtividade no trabalho é algo que preocupa colaboradores e líderes. O que podemos fazer para garantir equipas produtivas sem corrermos o risco de trabalharmos todos em demasia?
Aumentar a produtividade não depende de trabalhar mais, mas sim de trabalhar melhor.
A delegação de tarefas e a forma como a organização do trabalho e das equipas está pensada, as ferramentas de trabalho disponíveis, as competências e formação das pessoas e ainda a sua motivação para executar o trabalho, são fatores críticos de sucesso para a produtividade e estão todos interligados entre si e dependem uns dos outros. Defendo que a produtividade deve ser vista como o resultado de uma equação complexa e como tal, necessitamos de trabalhar todas as variáveis.
Eu pessoalmente, acredito num modelo de trabalho 100% baseado em entregas, ou seja, em que se possa medir produtividade através da definição de prazos de entrega e parâmetros de qualidade. Sabendo que nem sempre é possível seguir este modelo, a minha experiência leva-me a concluir que ao dotar as pessoas de autonomia para gerir o seu tempo com total flexibilidade e liberdade, potenciamos por um lado o seu sentido de responsabilidade e por outro a sua criatividade.
Da minha experiência, as entregas são feitas com mais qualidade quando as pessoas sentem que o seu líder confia e por outro lado, o conceito de “trabalhar em demasia” passa a ser algo obsoleto, pois a pessoa sente que trabalhou o necessário para entregar o que se comprometeu, tendo total liberdade para gerir o seu tempo de acordo com a sua vida (pessoal e profissional). Esta prática eleva o potencial de modelos de trabalho flexíveis, no que ao horário e ao espaço dizem respeito e privilegia o work life balance.
Para que seja viável adotar modelos de trabalho flexíveis, é relevante que se invista em formação das equipas, em boas ferramentas de trabalho e na criação de momentos e iniciativas que permitam a interação/ligação entre as equipas e o fortalecimento da cultura organizacional.
A área de Consultoria Tecnológica é conhecida por ser muito acelerada e stressante. Há um cuidado redobrado com o bem-estar dos vossos consultores e colaboradores por causa disto mesmo? Como o fazem?
O cuidado com as pessoas e com a sua individualidade habitualmente marca a diferença. O bem-estar é essencial e a verdade é que as pessoas têm diferentes expectativas e diferentes necessidades. “One size fit all” é algo ultrapassado e que provou que não funciona no passado das organizações.
Há coisas que hoje são valorizadas por muitos, mas que amanhã podem deixar de ser. O teletrabalho é um excelente exemplo disso, já há muito que é algo valorizado (por muitos), mas com a pandemia, passou a ser fundamental e inegociável para muitos outros e as empresas que não se adaptarem vão ser altamente penalizadas.
Cuidar e gerir passa por dar e receber feedback constantemente, algo central na cultura da nossa empresa, que nos tem permitido procurar melhorar diariamente com o grande objetivo de mesmo com o crescimento acentuado dos últimos anos. Não perdermos a nossa essência e a forma familiar com que gostamos de lidar com as nossas pessoas.
O feedback, formal e informal, é fundamental e deixamo-lo ainda mais evidente quando chegou a hora de darmos nome ao nosso modelo de acompanhamento de carreira, “Ciclo de Feedback & Coffee”, que acreditamos ser bastante revelador da nossa cultura de proximidade.
Estar constantemente a ouvir as pessoas é crucial para gerir bem as suas expectativas. Sempre que tentamos aproximar-nos dessas expectativas, estamos a contribuir para um ambiente mais propício ao bem-estar, satisfação e motivação de todos.
A retenção de talento é uma preocupação cada vez maior no seio empresarial – e, provavelmente, também na Aubay devido à rotatividade pela qual conhecemos o setor tecnológico. O que podem as empresas fazer para se tornarem mais atrativas – para além de flexibilizar horários e locais de trabalho?
No mercado atual, tratar bem as pessoas não chega para as reter, mas é essencial para as fidelizar. Ou seja, o que me parece essencial é focarmo-nos na experiência que proporcionamos às nossas pessoas, que se for positiva terá sempre impactos positivos. A pessoa pode decidir sair, algo completamente normal, mas levará a nossa marca consigo e aquilo que representou para si. Isso vai atrair mais pessoas (candidatos, clientes, parceiros, etc) e potencializar a credibilidade e notoriedade da marca. Ver colaboradores saírem e regressarem à empresa é, para mim, o melhor indicador de retenção e engagement (há até quem os apelide de colaboradores boomerang).
Em relação ao que as empresas devem fazer para se tornarem mais atrativas, acredito que deve começar na forma como definem a estratégia de gestão de pessoas e a cultura organizacional das suas empresas, que se materializa habitualmente na maneira como tratamos as nossas pessoas. No que temos para lhes oferecer e na satisfação e motivação que isso gera, influenciando diretamente o ambiente de trabalho e a experiência do colaborador.
Considero que para as empresas se tornarem mais atrativas é fundamental que os gestores olhem para as suas pessoas, identifiquem o que valorizam, analisem o que está ao seu alcance fazerem para lhes proporcionar a melhor experiência possível, contribuindo dessa forma para o seu bem-estar e felicidade. Cuidando das suas pessoas, elas irão cuidar do seu negócio!
Após terem as suas pessoas alinhadas, motivadas e a cultura visível e a ser vivenciada, então aí sim comuniquem tudo isto. Dando sempre voz aos seus colaboradores, enaltecendo a sua importância e tornando-os verdadeiros embaixadores da sua marca.
Após este caminho estar percorrido, estarão em condições de ter uma estratégia de Employer Branding vencedora, que certamente irá ajudar à reputação e credibilidade da marca, com resultados práticos ao nível do negócio e da atração, satisfação e engagement das pessoas.
No Urban Sports Club, acreditamos que o desporto pode ser um fator determinante para o bem-estar das equipas e que o facto de as empresas assegurarem o acesso à prática desportiva poderá causar impacto verdadeiramente positivo junto dos colaboradores. É algo com que se preocupam, na Aubay?
Sem dúvida, é algo muito relevante e algo com que nos preocupamos na Aubay. Pela dimensão da empresa e pela diversidade de gostos e interesses das nossas pessoas.
Temos ao longo dos últimos anos criado várias iniciativas que incentivam a prática de desporto. Como:
- Teambuildings com muita atividade física, como paintball, futebol ou karting;
- Apoio a colaboradores que se inscreveram em corridas e caminhadas;
- Divulgação de eventos desportivos e opções desportivas no Aubay Lifestyle;
- Parcerias e protocolos com vantagens exclusivas para os nossos colaboradores poderem praticar desporto;
- E ainda, temos vindo a patrocinar várias equipas ligadas à prática desportiva, como forma de incentivar ao desporto e ver a nossa marca ligada a esta componente tão relevante para o bem-estar físico, social e psicológico da sociedade em geral.
Para saber mais sobre a oferta corporativa do Urban Sports Club, visita o nosso site e pede uma proposta personalizada para a tua empresa!