Não é segredo que Wall Street é um dos locais de trabalho mais impiedosos, seja em horários, competição e níveis de stress. Wall Street é pioneira em encontrar escapes para conseguir manter o ritmo e o nível de exigência. Por isso, ninguém estranha que surjam conceitos como power-naps, 20 minutos roubados ao trabalho e entregues às sestas. Estas traduzem-se depois numa maior capacidade de foco e concentração e que trazem mais retorno do que o tempo que se investiu naquele intervalo.
Mais estudado ainda do que os efeitos positivos das power-naps são os benefícios da meditação. Sendo uma prática milenar, Wall Street não inventou nada quando se rendeu às suas técnicas. E, de Silicon Valley à exploração espacial, há vários outros ícones do mundo empresarial e da inovação que seguem as mesmas tendências. Não é por acaso.
Há um motivo simples pelo qual a meditação continua a dar cartas em tantas frentes, é porque funciona. É boa para ajudar a centrar no presente, melhorar a concentração, o equilíbrio e a sensação de bem-estar. Então é também algo que nos pode trazer benefícios no trabalho.
As alturas ideais para meditar são ao início da manhã e ao final do dia. É quando o azul escuro da noite cede lugar à luz ténue da alvorada. E quando o crepúsculo se despe de cores, que acontecem os momentos naturais de transição e nós. Sendo também animais em sintonia com os ritmos do planeta, temos maiores probabilidades de alcançar uma experiência de meditação de sucesso nestes momentos. No entanto, isto é apenas verdade se conseguirmos ter o espaço mental e físico que nos permita ter a tranquilidade e o silêncio que a prática da meditação implica.
Se estamos a correr para sair de casa para ir trabalhar ou se temos a casa cheia de gente ao final do dia, e apesar de estas até serem as alturas mais naturais para meditar, sabemos que – naturalmente – não vai acontecer.
É possível meditar no trabalho?
Regressamos aos ensinamentos da insanidade de Wall Street para perceber que combater o stress é tão mais preciso quanto mais difícil for esse combate. É certo que é mais complicado acalmar a mente quando ela vai a mil à hora a resolver problemas. Contudo, não é exatamente nessa altura que mais precisamos de um travão?
Mesmo que meditar no trabalho não permita a experiência plena e gratificante que se pode esperar, podemos ao menos conseguir acalmar. Vamos, também, reduzir a pressão e ganhar uma nova perspetiva sobre os problemas que temos à nossa espera. E se há benefícios a recolher, vamos perceber o que é preciso para os alcançar.
Como meditar no trabalho? 5 passos para um maior equilíbrio mental
Passo 1 – o isolamento
Conseguir algum isolamento é ideal. Não é preciso ficar trancado na cabine da casa de banho, mas uma sala de reuniões vazia ou até aproveitando quando a equipa faz uma pausa. É possível ter alguns minutos de maior tranquilidade.
Passo 2 – o silêncio
A ideia da meditação não é que o mundo à nossa volta deixa de existir, é que conseguimos que ele exista sem nos importunar. Aceitamos que haja sons, mas não os julgamos, não os avaliamos, não preocupamos a nossa mente com a sua existência. O silêncio ou uma música calma serão o ideal. Mas se não houver uns auscultadores, não há problema desde que se mantenha presente este ensinamento: os sons não roubam a nossa atenção.
Passo 3 – limpar a mente
Meditar é interromper o fluxo permanente de pensamentos. Ao início vai parecer impossível, mas sempre que um pensamento se atravessar importa regressar ao ponto de partida. Concentrar a visão (mesmo que de olhos fechados) num ponto na nossa testa ou ter os olhos abertos e focar um objeto à nossa frente, é uma forma de afastar ideias intrusivas enquanto ainda não conseguimos a abstração completa.
Passo 4 – dura o tempo que durar
Meditar, como todas as coisas que valem a pena, demoram o seu tempo. Ao início de só conseguirmos meditar 5 minutos, vamos fazer esses 5 minutos. Importa que seja uma prática sem esforço e que traga satisfação. Se estivermos a desesperar por não conseguirmos limpar a mente por “apenas” 10 minutos, não estamos a ganhar nada com esse tempo. Mais vale que seja pouco tempo, mas bem aproveitado.
Passo 5 – posição para meditar no trabalho
Normalmente a meditação é feita num colchão fino ou diretamente no chão. O que importa é procurar que haja uma base de sustentação do corpo que seja ampla e estável. Ao mesmo tempo que oferece algum conforto. Só assim podemos tentar concentrar a mente no vazio. Caso contrário vamos estar sempre a contorcer-nos porque a perna está dormente, as costas estão curvadas ou estamos em desequilíbrio.
Será difícil estar sentado noutro lugar que não na cadeira de trabalho. Contudo, o mais importante a fazer é ter as costas encostadas e o mais direitas possível, descruzar as pernas e pés e tentar que os joelhos estejam num ângulo de 90º. Podemos pousar as mãos nas coxas, mantendo-as estáveis. Descontrair as pálpebras e a língua dentro da boca e alinhar a cabeça. Neste caso ajuda pensar que há uma linha imaginária que nos puxa pelo topo da nuca em direção ao teto.
Depois é só terminar este momento de meditação com namasté, num agradecimento a nós mesmos, por cuidarmos de nós.
Para melhorar a experiência de meditação no trabalho nada mais indicado do que começar a praticar com as sessões de meditação online na App do Urban Sports Club ou, presencialmente, com um dos nossos parceiros.